Wednesday, September 15, 2004


Justiça social? bah!

O nosso primeiro resolveu fazer um bonito fácil e gerou a confusão com as taxas moderadoras e cuidados de saúde. É na verdade um assunto muito interessante só que, à semelhança do "aborto", a coisa salta para a discussão por pezada e não porque a sociedade esteja realmente interessada em discutir estes assuntos. É triste, não?

No meu entender o "ponto" da questão é saber quem contribui para quê e que retorno se deve esperar. Não faz sentido contribuir para um sistema mal gerido e que à falta de melhores ideias insiste cobrar aos do costume os custos da ineficiência e irresponsabilidade sob a não menos habitual desculpa da justiça social. Que garantias temos que o que se paga a mais se destina efectivamente a contribuir para quem tem menos posses e não para alimentar anormalidades com a dispersão dos ministérios por esse pais fora? Nenhumas. Para "melhorar" este sabor a engano continuamos a não atacar um dos principais problemas da ausência de receita fiscal: a economia paralela.

Teremos de ser sempre nós, os "por conta", que pagar esta justiça social? Assim não dá, Santana.

Thursday, September 09, 2004

Incongruências

Este país evoluiu mesmo muito. Mentalidades. Recursos. Somos um verdadeiro caso de sucesso. Vejam lá que eu sou do tempo em que corvetas e fragatas da armada não saíam para o mar porque não havia verba para o combustível. Mas agora não. Estamos tão à frente que enviamos um navio de noventa metros, uma tripulação de 80 homens para escoltar o barquito da Woman on Waves, uma reconhecida ameaça à integridade nacional.

Estou verdadeiramente impressionado. Ai Ai. Claro que mesmo ali ao lado andarão pesqueiros a rapar o pouco peixe que ainda nos resta. Mas um barquito com medicamentos e informação "top secret sobre o aborto" é uma ameaça muito maior.

Imaginem a catástrofe que não seria entrarem em contacto com a nossa população? Ficaríamos todos confundidos! Afinal deve-se interromper a gravidez num barco ou em Badajoz? Estão a ver o dilema. Ainda bem que temos um ministro da defesa com visão e iniciativa e que nos salva destes perigos. Ai é tão bom. Sinto-me tão feliz.

Proponho que lhe demos uma licença com muito vencimento e o exportemos para o Iraque. Acho que em pouco tempo o problema ficaria resolvido.

O nosso claro.
Acordado