Tuesday, January 30, 2007

E ainda sobre o "não"

Quando descobrirem vestigios de inteligência nos argumentos do "não" avisem-me porque eu já me fartei de escutar e procurar e até agora nada. Lamentável.

Monday, January 29, 2007

Dizer "não" por dizer

Com o avançar do debate entre o "sim" e o "não" é evidente que o "não" é porque "não".

Ele são Marcelos a dizerem que votariam "sim" em "certas e determinadas condições" mas que, curioso, não são exactamente as actuais e "portantos" ... "não"!

Ele são bispos a apregoar que a mulher não pode ser culpabilizada mas como não só isso que está em causa (hã?) ... pois culpabilize-se, então! Dah!?

Repararam que ninguém do "não" veio a terreiro defender a criminalização do homem. Sim, porque não há feto sem um pai, certo? Cá está!

Registo e lamento a participação da Maria José Nogueira Pinto pelo "não". Uma posição inconsistente com seu habitual pragmatismo e clarividência. Felizmente é dos poucos lamentos! Será que também seria contra o direito de voto das mulheres? Olhem que não é muito diferente do que se discute agora.

Enfim ... estes casos não se resolvem "explicando-lhes como se fossem muito burros" porque certamente alguns não o serão.

Só mesmo votando pela despenalização é possível, de uma vez por todas, acabar com esta estupidez lamentável e partir outras batalhas bem mais actuais.

Monday, January 15, 2007

Penalizações

Devo ser obrigado a ter um filho que não quero?

Esta é uma das questões que deve ser respondida pelos partidários da penalização da interrupção voluntária da gravidez (PIVG). É extremamente simples gritar pelo ar o "SIM à vida". Mas "SIM" a que vida? A sua? Claro que não. A dos outros. Claro.

Ao contrário da generalidade das leis cujo objectivo primeiro é garantir a liberdade dos cidadãos, esta condiciona-a em definitivo. E condicionar é um termo que considero ligeiro. Devem existir poucas coisas mais tristes do que vir a este mundo sem se ser desejado. Claro que tudo pode vir a correr bem. Como também não. E os únicos em condições de fazer um prognóstico sério são os pais ou, em última análise a mãe. Nunca um tribunal quem nem um processo de adopção sabe decidir.

Claro que podemos ainda enveredar por discussões mais ou menos vazias sobre quem pagará a interrupção ou se esta poderá passar a ser mais um método contraceptivo (medo). Coisas que, enfim, se resolvem com orçamentos, taxas moderadoras, informação e sensibilização.

Mas efectivamente o que está agora em cima da mesa é "apenas" a Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez até às 10 semanas. Nem mais. Nem menos.

SIM à vida mas também SIM à despenalização.

Tuesday, January 09, 2007

Hipocrisia I

Todos já repararam que a SIC Noticias, quando passa o video da execução de Saddam, nunca mostra a totalidade do video que hoje está (novamente) disponível no Youtube.

Todavia, esta estação possui vários "trailers" promocionais para a sua programação (ex: Toda a Verdade) com imagens de violência explicita e extrema.

É algo que não "joga" com a aparente censura das imagens da execução. Será que o governo do Iraque ficou com o copywright? Existirá um pacto nos media? Ou estaremos perante nova manifestação de hipocrisia?

Monday, January 08, 2007

Fracturante I

Pena de morte, porquê "não"?

A execução de Saddam reacendeu o debate sobre a pena de morte.

Mais uma vez os Europeus, esses paladinos de causas "justas", vieram a terreiro condenar a sua aplicação e, logo a execução de um reconhecido criminoso. Mais uma vez a meter o bedelho onde não são chamados.

Curiosamente, os mesmos que há 15 anos assobiavam para o lado enquanto os balcãs sangravam e há 65 se eliminavam milhões judeus com particular afinco.

Não acham hipócrita condenar a aplicação da pena de morte e, ao mesmo tempo, armar, treinar e enviar soldados para uma guerra? Não é esta uma interminável cadeia de penas de morte sem julgamento? São por acaso mortes diferentes? Será que afinal existem fins que justificam os meios? Francamente!

Esqueceram-se, mais uma vez, que cada um vê o mundo pelos seus olhos. Não é certamente coincidência o facto da ETA não contar com ataques suicidas no seu repertório. Porque será? Talvez porque o valor da vida é inversamente proporcional à intensidade da fé. Sim, Europeus, vocês dariam a vida pela vossa fé? Duvido